Thursday, May 31, 2007

CD guarda áudio e texto de cada relatório


Diário Catarinense ; 31/5/2007

Os 28 relatórios encaminhados pela Polícia Federal ao juiz Zenildo Bodnar estão em um CD que contém arquivos em texto e áudio. Cada caso que está sendo investigado pela equipe da delegada Julia Vergara da Silva é descrito minuciosamente e vem acompanhado das gravações feitas com autorização judicial. A íntegra das conversas consta em outros nove CDs.

Quem tem acesso aos relatórios percebe por que o vereador Juarez Silveira é apontado pela polícia como chefe do suposto esquema de compra e venda de licenças ambientais. Ex-líder do governo Dário Berger na Câmara de Vereadores da Capital, Juarez aparece em quase todas as investigações, sempre aparentemente intermediando favor ou ajuda.

Nos relatórios do Shopping Iguatemi, do Hospital Vita e do Supermercado Bistek estão as conversas que, para a PF, são as mais comprometedoras. Nessas e em outras interceptações, Juarez faz lobby para empresários, solicita carros emprestados, negocia veículos e publicação de lei, fala em dinheiro e até intermedia automóveis de luxo para, segundo o próprio Juarez, uso do prefeito na campanha eleitoral.

Entre o material há duas filmagens e fotos. Nas gravações em vídeo, os alvos são André Luiz Dadam, funcionário comissionado da Fatma, e, novamente, o vereador Juarez Silveira. André Dadam é flagrado saindo com R$ 8 mil, em dinheiro, da sede do Grupo Habitasul, em Jurerê Internacional, antes do pleito de outubro de 2006. Já o vereador aparece saindo de uma caminhonete Grand Cherokee, preta, em um posto de combustíveis no Centro da cidade.

Gravadas à distância, as imagens mostram Juarez indo ao encontro de um homem em um veículo pequeno, onde pega um pacote de papel pardo. Em seguida, retorna ao veículo e segue à sede da Codesc, onde trabalha como diretor. A polícia filmou tudo e não fez menção sobre o conteúdo do pacote. Naquele dia, preferiu não abordar o vereador para evitar qualquer suspeita que comprometesse a Operação Moeda Verde. No relatório sigiloso encaminhado ao juiz, a PF registra que "os áudios das gravações revelam um triste quadro de como tem sido tratada a questão ambiental em Florianópolis, e mesmo pelo órgão ambiental".

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