Saturday, November 11, 2006

Mais um

Diário Catarinense ; Cacau Menezes ; 11/11/2006

Quem sabe agora, com esse outro escândalo (foi preso com bebidas contrabandeadas no carro), o nobre vereador Juarez Silveira volte a se lembrar daquela velha e indispensável característica dos grandes homens: a humildade. Juju, líder do governo na Câmara, com excesso de poder e influência, vinha se considerando o dono da cidade, com seus 4 mil votos. Contrabando caracteriza quebra de decoro parlamentar, mas é absolutamente certo que Juarez Silveira jamais será cassado pelos seus colegas por "tão pouco".

Diário Catarinense ; Moacir Pereira ; 11/11/2006

Vereador Juarez Silveira (PTB) está licenciado da diretoria da Codesc até o dia 15 de novembro. Antes do flagrante da Polícia Rodoviária, era um dos nomes mais fortes para a eleição do presidente da Câmara Municipal.

Vereador admite compra de bebida

Diário Catarinense ; 11/11/2006

A Polícia Federal (PF) ouviu, ontem à tarde, o vereador Juarez Silveira, da Capital, acusado de contrabando. Segundo a assessoria de comunicação da PF, o político confirmou que trouxe os cerca de 170 litros de bebidas alcoólicas de Rivera, no Uruguai.
A cota livre de importação é de quatro litros por pessoa. Como Silveira estava com dois sobrinhos em uma caminhonete Hilux, o limite seria de 12 litros. Mas o carregamento superou em quase 14 vezes o permitido.
De acordo com o vereador, uma parte da carga seria consumida no seu aniversário de casamento, adiado por causa de problemas de saúde de seu pai.
O restante seria distribuído como presentes de fim de ano.
Na quinta-feira, Silveira e os sobrinhos foram parados em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 20h30min, no posto em Palhoça.
O vereador foi detido com caixas de uísque, champanhe e licor, mas não chegou a ser levado para a Superintendência da PF, em Florianópolis. Ele alegou que sentia dores no peito e foi encaminhado a uma clínica de cardiologia. Apenas ontem a delegada Júlia Vergara tomou o depoimento de Silveira.
A delegada, que ouviu o político no centro médico, não quis passar mais informações, alegando que não preside o inquérito e que só agiu porque estava de plantão.
O advogado de Silveira, Rodrigo Silva, entrou com pedido de liberdade provisória na Vara Federal Criminal da Capital. O juiz federal João Batista Lazzari estipulou fiança de R$ 14 mil, por volta das 21h de ontem. Silva alegou que seu cliente foi ao Uruguai passear com os sobrinhos e, "como todo o brasileiro trouxe as mercadorias".
Na sua opinião, o fato teve maior repercussão por envolver um vereador.
- Por que não prendem as pessoas que comprar no camelô sem nota fiscal? Por que os camelódromos continuam abertos? - questionou o advogado.
Os dois sobrinhos que estavam com Silveira foram soltos na madrugada de sexta-feira.


Prisão de vereador é tratada com cautela

A Notícia ; Daniel Cardoso ; 11/11/2006

Apesar de ter sido preso na tarde de quinta-feira, o vereador Juarez Silveira (PTB) continua como líder do governo na Câmara da Capital.
Antes de tomar qualquer atitude em relação ao afastamento ou não de Juarez, o prefeito Dário Berger (PSDB) pretende esperar pelo desenrolar dos fatos e pelas informações oficiais da Polícia Federal (PF).
Segundo o secretário de Comunicação, Ariel Bottaro, o prefeito soube pelos jornais que Juarez permanece internado em clínica médica - após passar mal na superintendência da PF da Capital - e que a investigação está apenas no início. Na Câmara de Vereadores, a notícia também não chegou de forma oficial e, por isso, nenhuma ação parlamentar foi definida.
"Não vou emitir juízo sem informações e não falo em tese. Primeiro deve-se ter os elementos para fazer qualquer coisa", afirmou Ptolomeu Bittencourt Júnior (PFL) Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, ele pensa de maneira semelhante à Marcílio Ávila (PMDB).
"O conselho só abre qualquer processo se alguém pedir instauração", falou Marcílio, presidente do Legislativo municipal.Juarez Silveira está preso sob acusação de ter cometido crime de descaminho: trazer produtos estrangeiros (considerados legais no Brasil) sem pagar impostos de importação.
Quando iria começar a prestar depoimento ao delegado da PF, o vereador passou mal e foi encaminhado à clínica SOS Cárdio, na rua Trompovsky, Centro, com quadro de hipertensão.
Ele passa bem, mas ainda não se sabe quando receberá alta da clínica, onde está escoltado por dois agentes federais. O vereador do PTB foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no posto de Palhoça, com 164 garrafas de bebidas alcoólicas sem nota fiscal.
Ele vinha de Rivera, no Uruguai, e trazia uísque do tipo Johnny Walker Red, champanhes, vinho do Porto, vinho Santa Helena, caixa de licor Amarula e de energéticos. No Uruguai, as bebidas custam cerca de R$ 3,5 mil.
No Brasil, elas podem valer quatro vezes mais. Segundo informações de bastidores, o vereador pretendia distribuir as garrafas como presentes de final de ano. Juarez ocupava uma Toyota Hilux com dois sobrinhos: Eduardo Pires e Renato Silveira Souza.
O vereador assumiu sozinho a responsabilidade pelo delito e a polícia liberou os rapazes.
Caso não consiga alvará de soltura até receber alta pelos médicos, o vereador será levado para uma cela da superintendência da Polícia Federal, na avenida Beira-mar Norte.

Grillo também foi detido no início de 2005

A Notícia ; Daniel Cardoso ; 11/11/2006

A prisão de Juarez Silveira (PTB) é o segundo caso policial da atual legislatura da Câmara de Vereadores.
O primeiro também envolveu o petebista, mas, na época, ele foi vítima. Em 28 de janeiro de 2005, a Polícia Civil prendeu o vereador Guilherme Grillo (PP), acusado de utilizar uma central telefônica clandestina no mesmo prédio onde Juarez era síndico.
Quando foi preso, Grillo estava com as chaves do apartamento da família - no mesmo prédio de Juarez - com uma fita no bolso. O pepista negou a utilização do grampo e chegou a acusar Silveira de armação para prejudicá-lo.
O vereador foi solto ao pagar fiança e escapou de ser enquadrado eticamente na Câmara.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar apurou o caso e emitiu parecer favorável inocentando o vereador.
O relator, João da Bega (PMDB), afirmou que o conselho não podia aplicar as penalidades previstas por não encontrar tipificada a conduta do progressista no código de ética interno.
Em abril de 2005, o parecer foi aprovado em plenário por 9 votos contra 4.
Grillo não recebeu qualquer punição no Legislativo.

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